sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Novelando com Meu Pedacinho De Chão

Hoje chega ao fim a novela "Meu Pedacinho de Chão" exibida no horário das 18h00min horas na Rede Globo, não sei falar sobre novelas como esses críticos que estudam e se dedicam uma vida ao assunto e expressam lindamente sobre, e nem será essa a minha intensão quando for falar no Novelando, mas vou falar aqui como telespectadora.
"Meu Pedacinho de Chão" é do autor Benedito Rui Barbosa, um remake de 1991, e 
foi a primeira novela no horário das 18 horas a ser exibida pela Rede Globo 
em parceria com a TV Cultura.

Assista aqui o primeiro capítulo de "Meu Pedacinho de Chão".
Versão de 1971.

Confesso que me identifico muito com os personagens e textos de Benedito, ele costuma retratar bem a vida interiorana e cabocla, e muito dos "palavriados" e personagens criados por ele, me remete a minha cidade natal, Palmital, interior de São Paulo, que com certeza já vi muitos dos personagens de Benedito por lá, ou "personagens" de Palmital nas novelas dele. 

No primeiro dia que eu vi "Meu Pedacinho de Chão" no ar, eu já me apaixonei pela Vila de Santa Fé, seus moradores e toda sua magia, sou uma pessoa apaixonada por cores, daquelas que acredita sempre "que a vida é colorível". Além de ser toda lúdica, ela me levou e me fez lembrar o universo do circo barroco. Vale ressaltar que para compor a maioria das peças do cenário da novela e roupas dos personagens foram utilizados materiais reciclados, a maioria deles a partir de garrafas pet. Detalhes ricos foram percebidos na composição do cenário, figurinos e caracterização dos personagens.


Uma curiosidade foi o galo Bené, que vivia no alto da casa do Coronel Epaminondas, observava tudo o que acontecia na Vila de Santa Fé, o nome do galo é uma referencia ao autor Benedito Ruy Barbosa. 

Vou falar um pouquinho do Zé-Lão ( por Irandhir Santos), o capanga do Coronel Epaminondas ( por Osmar Prado), um personagem que me encantou à primeira vista, o jeito rude de falar, o andar, que muitas vezes me lembrava Don Quixote, o homem que todos de Vila Santa Fé tinham medo, mudou com a chegada de sua "Perfessorinha" Juliana ( por Bruna Lizmeyer). Zé-Lão não fez outra coisa, além de tentar conquistar o coração de sua amada, até cartinhas de amor ele mandou para ela com a ajuda do Rodapé, seu amigo um pouco atrapalhado ( por Flávio Bauraqui). 

Por traz daquela armadura havia um homem doce e meigo que foi aparecendo no decorrer da trama, De acordo com que Zé-Lão ia se transformando por amor, era possível notar também a transformação das cores em seu figurino, a figurinista da novela, Thanara Shonardie, deu uma explicação no Gshow bem resumida sobre a mudança do figurino do personagem: "A transformação de Zé-Lão é como homem e pelo amor, é por amor que ele está se alfabetizando, e se tornando uma nova pessoa". Pra mim uma das melhores cenas foi a que Zé-Lão recebe sua nova roupa e se transforma em um novo homem.


As frases ditas por Zé-Lão sempre foram frases de um homem que pouco sabia usar corretamente o português e tão pouco conjugar verbos, mas que falta faz uma conjugação verbal perfeita e ou um português correto para alguém que tem um coração 
" GIGANTE de ENORME de GRANDE 
né? ... Afinal 
" Errado é aquele que fala correto e não vive o que diz " 
(Fernando Anitelli).





"A minha paixão pela senhora é tão GIGANTE de ENORME de GRANDE que as vezes eu acho que ô tô ficando LELÉ DE AMÔ"

"Ô que eu queria mermo era ponhá os óios nela! Ia ser como os sor nascendo duas vez"

"Eu já conheço o fedor dela, fedor de cheiro bom"



E viva o AMOR!! Ele trans-e-forma seja na ficção ou na realidade!